9 de nov. de 2013

Resumo: Módulo 6 - Problemas de Aprendizagem (Linguagem e Comportamento)


1.    Definição
·         É um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, raciocínio ou habilidades matemáticas.
·         São intrínsecas ao indivíduo devidas à disfunção do SNC.
·         Pode ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis.
·         Existe a falta de informação específica nas escolas.
·         Capacitar professores para o reconhecimento de sinais é a grande estratégia, para realizar assim o diagnóstico precoce, pois maiores serão as chances de reabilitação.
·         Cabe ao professor possibilitar a inclusão no processo escolar.
·         Segundo Graciele Girardelo, devemos considerar:
a)   Problemas no rendimento escolar que não sejam explicados por fatores intelectuais, sensoriais ou outras incapacidades físicas;
b)   Dificuldades em estabelecer e manter relações sociais;
c)   Reações comportamentais ou sentimentos inapropriados;
d)   Tristeza e depressão contínuas;
e)   Tendências a desenvolver sintomas físicos ou medos associados a problemas comuns.

2.    Diagnóstico
·         Dificuldades para aprender na escola cuja causa pode estar nela mesma ou no ambiente escolar.
·         Professor deve identificar:
a)    Problema de ordem exógena (pisopedagógico-social) deve procurar melhorar o ambiente de aprendizagem do aluno auxiliando em suas dificuldades.
b)   Problema de ordem endógena, deve ser avaliado por profissionais habilitados, numa avaliação multidisciplinar (fono, neuro, psicopedagogo, neuropsicólogo, avaliação psiquiátrica).

3.    Tratamento
·         Existem casos em que o grau do transtorno exige que a criança passe por programas educativos individuais e intensivos.
·         É importante que a criança continue a participar das atividades escolares normais.
·         O profissional que acompanha a criança deve realizar contatos com a escola.
·         O tratamento farmacológico quando necessário deve ser acompanhado por um psiquiatra ou neurologista e associado ao atendimento psicopedagógico.

DISTÚRBIO DE LINGUAGEM

1.    O que é linguagem?
·         Conjunto de símbolos e instrumentos utilizados para comunicar sentimentos, pensamentos e idéias.
·         O seu desenvolvimento depende de fatores ambientais e biológicos.
a)   Fatores ambientais: o ambiente fornecerá o clima emocional, os modelos verbais e as experiências nas quais o sujeito irá se apropriar dos códigos de representação do pensamento e sentimentos.
b)   Fatores biológicos: A hereditariedade fornece o potencial para a aprendizagem, ou seja, representa as diferenças individuais do sujeito para aprender. O estado de saúde é fundamental principalmente até os três anos, uma vez que doenças e carência alimentar (privação protéica e vitamínica).

2.    O que é distúrbio de linguagem?
·         A linguagem é defeituosa quando prejudica a comunicação ou quando faz com que a pessoa se torne desajustada no grupo.
·         Existe um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação, distraindo a atenção do ouvinte no que ela diz para enfocá-la no como ela diz, ou com a própria timidez da criança ao falar.

3.    Tipos de distúrbio
·         Atraso na linguagem
a)   Definição: a criança não apresenta linguagem até por volta dos três anos. Pode ser superado de forma natural ou com tratamento especializado (fonoaudiólogo).
b)   Causas: problema específico de articulação, problemas de audição, problemas emocionais (traumas, carência afetiva, superproteção, uso de outro idioma), crianças mimadas que não se expressam porque não precisam. Crianças que vivem em orfanatos ou hospitais por falta de estímulos.
·         Dislalia
a)  Definição: dificuldade de articular palavras, que consiste na má pronúncia das palavras por omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
b)  Causas: é uma falha na articulação cuja origem pode ser orgânica ou funcional.
1.    Orgânica – afecção orgânica (lesão, malformação) ou perturbação funcional dos órgãos da fonação.
2.    Funcional – causa hereditária, imitação ou alterações emocionais.
·         Até os quatros anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar falando errado no relacionamento social
·         Dislexia
a)  Definição: vários sintomas que resultam em dificuldades com a linguagem, especialmente com a leitura. Geralmente há problemas na escrita, na pronúncia e soletração. Possuem o hemisfério cerebral lateral-direito mais desenvolvida, que justificaria a grande relação à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em três dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas. A maioria apresenta imaturidade psicomotora.
b)  Causas: Estudos comprovam que há diferenças na anatomia e no funcionamento do cérebro dos disléxicos.
c)  Diagnóstico: apenas uma avaliação multidisciplinar, formada por psicopedagogo, psicólogo, neurologista e fonoaudiólogo pode diagnosticar.
d)  Tratamento: não apresenta cura, mas com o apoio especializado pode aprender a ler e escrever sem problemas. Uso de técnicas que valorizem as inteligências múltiplas e o aprendizado sistematizado pode auxiliar.
·         Disgrafia
a)  Definição: perturbação na escrita por distúrbios neurológicos possuem dificuldades para escrever letras e números. Incapacidade de recordar a grafia da letra e por tentar se lembrar do grafismo.
b)  Classificação:
1.    Disgrafia motora (discaligrafia) – dificuldades na coordenação motora fina.
2.    Disgrafia perceptiva – não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, palavras e frases.
c)  Orientações:
1.    Estimulação lingüística global e um atendimento individualizado;
2.    Pais e professores devem evitar repreender a criança;
3.    Reforçar o aluno em suas conquistas;
4.    Dar mais ênfase à expressão oral;
5.    Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas;
6.    Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo.
·         Disortografia
a)  Definição: confusões de letras, sílabas de palavras e trocas ortográficas conhecidas e já trabalhadas com o professor.
·         Discalculia
a)  Definição: Capacidade matemática inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
b)  Características: habilidades prejudicadas lingüísticas, perceptuais, de atenção e matemáticas.
·         Linguagem tatibitate
a)  Definição: distúrbio de articulação e também de fonação em que conserva voluntariamente a linguagem infantil. Ocorre quando a fala da criança é reforçada ou também com a chegada de um novo irmãozinho.
·         Discalculia
a)  Definição: ressonância nasal maior ou menor que o normal no ato de falar. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, na adenóide, lábio leporino ou fissura palatina. É comumente chamado de “fanho”.
·         Gagueira ou tartamudez
a)  Definição: distúrbio de ritmo ou disfluência e pode ocorrer por volta dos três e quatro anos, aos sete anos e com retorno na puberdade. É um distúrbio do ritmo normal da fala, envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas ou frases. Acompanha tensão muscular, piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas.
b)  Causas: anomalia de causas múltiplas.
1.    Orgânica: causa genética; mais freqüente entre canhotos; associada a nascimentos múltiplos (gêmeos) e à prematuridade; perturbações no aparelho fonador.
2.    Neurológica: Traumas de nascimento; infecções por encefalite, meningite e epilepsias.
3.    Glandular: Aumento ou diminuição da função das glândulas sexuais e da supra-renal.
4.    Funcionais: perda de um ente querido, acidente ou repreensão severa sobre a pessoa, forte pressão social, nível de aspiração dos pais.
·         Mudez ou mutismo
a)  Definição: incapacidade de articular palavras, decorrente de transtornos do SNC, atingindo a formulação e a coordenação de idéias e impedindo a transmissão em forma de comunicação verbal. Pode decorrer de problemas de audição, crianças com problemas físicos (lábio leporino, etc) ou psicológica e emocional, caracterizada pela negação em falar em determinadas situações ou pessoas.                                               

DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

1.    O que é comportamento?
·         Conjunto de reações possíveis de serem observadas e que seguem uma referência no meio social.

2.    O que é distúrbio do comportamento?
·         Atitudes do sujeito que fogem ao padrão comum, que o diferenciam, que desviam-se da normalidade ou a esta opõem.
·         Entre eles: fobia escolar, agressividade, medo, timidez, agitação, inquietude e instabilidade e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
·         Fobia escolar
a)    Definição: incapacidade total ou parcial de freqüentar a escola, ocorre com crianças independente de níveis sociais, de graus de escolaridade e níveis de inteligência. Existe tanto pelo medo de ir à escola, como de ser abandonada.
b)    Sintomas: Ansiedade, pânico, náuseas, vômitos, diarréia, dores de cabeça e de barriga, falta de apetite, palidez, febre.
c)    Tratamento: Acompanhamento do professor e orientação psicológica à criança, aos pais e a escola.
·         Agressividade:
a)    Definição: ataque físico ou verbal de um sujeito em relação a uma ou mais pessoas, geralmente quando esta se sente contrariada em seus desejos ou necessidades, o sujeito impõe pela força o que quer. A resposta agressiva é uma dificuldade do sujeito de aceitar a frustração e a perda, ou de afirmar-se e exibir-se perante os outros.
b)    Causas: rejeição dos pais; excessiva tolerância à agressividade; falta de supervisão dos pais e responsáveis; desvios sociais dos pais e parentes; discórdias em família; ameaça e uso de punições físicas “dolorosas”.
·         Medo:
a)    Biológico: natural e necessário à sobrevivência.
b)    Psicológico: Crianças pequenas têm medo de locais não conhecidos, pessoas não familiares, situações novas, sensação de abandono, tensão familiar, fantasias infantis. Quando mais velhas têm medo de situações de fracasso, humilhação, perda de prestígio, morte e doenças.
c)    Condicionado: aprendido socialmente (ex. medo de barata).
d)    Ansiedade e fobia: é o tipo que paralisa a pessoa e impede de relacionar-se com outras pessoas, sair de casa, ficar sozinho, etc. Pode levar á prejuízos na formação da personalidade, à ansiedade, insegurança, sendo necessário um tratamento psicológico.
e)    Causas: Falta de segurança e falta de amor e proteção.
·         Timidez:
a)    Definição: desconforto e a inibição em situações de interação pessoal que interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre. Caracterizam-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, as reações e os pensamentos dos outros.
b)    Causas: funciona como regulador social, inibidor de excessos e também como mecanismo de defesa para avaliar novas situações e adequar-se a elas.
c)    Timidez situacional: manifesta-se em ocasiões específicas, portanto o prejuízo é localizado.
d)    Timidez crônica: manifesta-se em todas as formas de convívio social. Pode levar à fobia social e à Síndrome do Pânico.
·         Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
a)    Definição: conjunto de condutas que tem como sintoma primordial a atividade motora excessiva e o déficit de atenção, inquietude e impulsividade.
Diagnóstico: Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso, os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.

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