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9 de fev. de 2014

Resumo - Desafios no Psicodiagnóstico Infantil

Disciplina
PSICODIAGNÓSTICO
Autor(es)
Silvia Ancora Lopez
Título
Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de uma prática.
Capítulo 12
Desafios no Psicodiagnóstico Infantil








1)    Introdução
a)    Ambiente Clínica-escola com atendimento gratuito, grande parte da clientela tem dificuldades socioeconômicas, que implicam em determinadas carências.
b)    Induzem a uma atuação que foge do campo tradicional da Psicologia Clínica, que segundo o CFP (2007, p.8), requer por parte do psicólogo inventividade, inteligência e talento para criar, inovar respondendo de forma dinâmica ao movimento da realidade.

2)    Reflexão Prática do Psicodiagnóstico
a)    Realizar uma reflexão prática sobre o psicodiagnóstico, levando em conta o contexto no qual ele se dá.
i)     Novas configurações familiares;
ii)    Realidade brasileira;
iii)   Características socioeconômicas;
iv)   Crise de valores políticos e morais;
v)    Situação da educação;
vi)   Realidade da violência e a convivência por parte da crianças, desta no âmbito familiar e social.
b)    Principal queixa na clínica-escola é a dificuldade na escolarização.
c)    Encaminhamento oriundo de escolas públicas, que buscam explicação dos motivos que impedem o desenvolvimento pedagógico das crianças.
d)    O psicólogo para atender essa demanda, se restringi a singularidade da criança, e realiza o psicodiagnóstico privilegiando aspectos da personalidade, que resultam em uma predisposição para a formação desse sintoma.
e)    Desconsideram aspectos institucionais que contribuem para o fracasso escolar.
f)     Culpabilização da vítima incutida pela má-fé institucional  da escola pública, cuja crença que a criança pobre, sem estímulos em casa para aprender, passa a se ver como burra, incompetente e preguiçosa.
g)    Comum escolas e psicólogos compreenderem o fracasso escolar em seus aspectos intrassubjetivos e relacionais,  os primeiros por uma dificuldade em confrontar suas próprias deficiências e segundo apoiados na tradição da sua formação profissonal que tendem a privilegiar o indivíduo.
h)   Uma visão ampliada da clínica permite uma compreensão da dificuldade escolar construída a partir da avaliação do contexto escolar, no qual a criança esta inserida.
3)    Psicodiagnóstico Interventivo
a)    Diante das limitações do fazer clínico, procura-se engajar a família e a escola, visando:
i)     Compreender as dificuldades da criança;
ii)     Encontrar formas de auxiliá-la no seu desenvolvimento.
b)    Visita escolar tem papel significativo, a fim de possibilitar uma reflexão conjunta com as equipes das escolas sobre o seu papel na dificuldade dos alunos.
c)    Discriminar para os pais quais são as dificuldades de seus filhos e o que é responsabilidade das instituições escolares. Levando-os a colocar-se mais criticamente, levando reivindicações para as escolas.
d)    Participação dos pais no psicodiagnóstico propicia uma mudança de atitude em relação aos seus filhos, favorecendo seus aspectos positivos e auxiliando a criança a superar os aspectos negativos.   

4)    Desafio do Psicodiagnóstico
a)    Ampliar o olhar – ir além da criança como foco da investigação e integrar outros aspectos, como os efeitos do mundo moderno sobre ela e sua família.
b)    Novas configurações familiares: monoparentais femininas; irmãos com pais diferentes; avós que criam seus netos; casais com filhos de relacionamentos anteriores.
i)     Identificaram-se dificuldades e vantagens em avós que desempenham o papel de pais para seus netos.
ii)    Sentimento de vergonha em famílias homoparentais, devido à dificuldade de obter legitimidade social e jurídica no Brasil.
c)    Cabe ao psicólogo questionar de que forma essas metamorfoses nas famílias repercutem na constituição das crianças.

5)    Objetivo do Psicodiagnóstico Interventivo
a)    Conhecer os sentidos e significados que as crianças e seus pais dão às suas vidas e seus mundos.
b)    Enfrentamento das teorias que se apresentam insuficientes para as profundas transformações nas famílias:
i)     Despir-se das amarras teóricas.
ii)    Acolher o cliente e sua família.
iii)   Não cair na armadilha de que a criança ficará obrigatoriamente, prejudicada no seu desenvolvimento psicológico.
c)    Psicodiagnóstico oferece a oportunidade de uma reflexão conjunta para enfrentar as lacunas teóricas através de uma compreensão co-constituída pautada no mundo vivido pelo cliente.
d)    O atendimento em grupo auxilia na compreensão da própria família, contribui para diminuir a sensação de isolamento e eliminando a sensação de que seu caso é diferente, único e sem solução.


6)    Violência Social e Familiar
a)    Não é exclusivo da atualidade.
b)    Problema complexo e delicado, com múltiplas causas, interfaces e principalmente, o sofrimento psíquico de todas as pessoas envolvidas, exigem extremo cuidado dos profissionais envolvidos.
c)    Tem que ser analisado em seu contexto cultural e condições impostas pela vulnerabilidade social.
d)    Em muitos casos é um episódio intrafamiliar marcado pela existência de vinculação afetiva entre seus integrantes, dependência econômica entre os cuidadores, negligência, conivências e vulnerabilidades.
e)    Compromisso de zelar pelo bem-estar da criança ou adolescente, com cuidado de não cometer imprudências.
f)     Competitividade e desigualdade resultam no aumento de: violência; uso de drogas; conflitos e rupturas familiares; alienação social e política; xenofobia; conflitos étnicos e religiosos; doenças psicossomáticas.
i)     Não agir de forma neutra, atacar frontalmente esses temas.
ii)    Considerar fontes de desestabilização emocional das crianças: psiquismo e questões sociais.
iii)   Sugerir, apoiar e incentivar pais e responsáveis a atitudes ativas. Auxiliá-los a conhecer, reconhecer e batalhar por seus direitos como cidadãos.

7)    Finalidade do Psicodiagnóstico
a)    Compreender e respeitar o mundo do cliente, contemplando as questões políticas, sociais e econômicas.
b)    Não ater-se apenas ao espaço clínico, mas conhecer o ambiente escolar da criança, suas condições de moradia e seu meio social.
c)    Implica no confronto com as nossas limitações e inquietações
d)    Criar um espaço que permita compartilhar o sofrimento e encontrar um novo modo de lidar com a realidade do paciente.

                                 

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