Disciplina
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Temática de Pesquisa em Psicologia’
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Autor(es)
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Sílvio Paulo Botomé
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Título
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Onde Falta Melhorar a Pesquisa em Psicologia no Brasil sob a Ótica de
Carolina Martuscelli Bori.
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1. Seminário Acadêmico – 1984:
v
Ocorreu na Universidade de Brasília – UNB.
v
A professora Carolina Martuscelli Bori
participou de um debate com outros dois cientistas de Psicologia.
v
Debate ocorreu em uma mesa redonda sobre “A
pesquisa no Brasil; problemas e soluções”.
v
Esteve focalizado na formação em Análise
Experimental do Comportamento.
v
A professora Carolina Bori explanou sobre “o que falta fazer em Ciência na área da Psicologia
no Brasil”.
2. Pesquisa, Psicologia e Brasil:
v
É necessário aumentar a percepção
sobre os problemas que existem nas
relações entre o que cada uma dessas três palavras abrange e significa.
v
É necessário haver uma grande familiaridade dos
pesquisadores em relação ao que está acontecendo com o “pesquisador” no País.
v
Essa discussão não pode ser feita em termos
gerais (muito pouco) e nem sobre aspectos específicos (impressão de que está
tudo bem).
v
Questão: no
que, em que grau de abrangência
ou de que forma pode ser útil
examinar a “pesquisa em Psicologia no Brasil”?
3. Participação de Psicologia nas discussões
sobre Ciência no Brasil
v
Talvez nessas discussões não esteja existindo a
contribuição da Psicologia, perdendo a possibilidade de acompanhar debates e decisões.
v
Quando o problema
da pesquisa no Brasil é objeto de exame, o primeiro aspecto a localizar é o
contexto do Brasil se um país de
terceiro mundo.
v
Só é possível equacionar “soluções” da Ciência e
Tecnologia apropriadas ao desenvolvimento deste País.
v
Compreender que este País tem uma condição diferente dos países já consagrados
como produtores de Ciência e Tecnologia.
4. Pesquisa em Psicologia no Brasil
v
O que precisa ser feito de pesquisa em
Psicologia no Brasil?
v
Para isso é necessário ter claro o que está sendo reivindicado pela
comunidade científica deste País.
v
É uma comunidade que vive angustiada pelos problemas
típicos do Terceiro Mundo.
v
A pesquisa
científica esta relacionada com o desenvolvimento
social, assim tem-se muito a pesquisa para resolver estes problemas e
dificuldades.
v
Implicações
para os pesquisadores: há uma grande quantidade do que precisa ser
pesquisado e uma pequena quantidade de pessoas a pesquisar.
v
O que
pesquisar: não é uma escolha individual, é uma atividade que tem uma responsabilidade social de toda a
comunidade científica.
v
Opções
pela pesquisa: devem ser realizadas como uma opção de serviço, porque a população precisa de ajuda.
v
Desafio
do cientista: a população precisa ser auxiliada para poder acompanhar os
cientistas e estar junto com eles, assim, o cientista precisa aprender a falar para as pessoas dos mais diferentes segmentos da população.
v
Percepção
Fundamental: que Ciência e
Tecnologia são dois ingredientes que poderão ajudar a superar muitos
problemas de desenvolvimento do País.
v
Para trabalhar com Ciência e Tecnologia, os
cientistas brasileiros precisam dominar
o conhecimento existente, sem dominá-lo não superamos as condições em que
vivemos.
v
Necessita estudar sempre, muito e de tudo que
possa relacionar-se com a área em que trabalha.
v
O aluno principalmente de Psicologia, precisa
ser uma pessoa com participação ativa, com
a visão de que ele precisar dominar o conhecimento existente porque é disso que
depende o desenvolvimento do País
onde ele está.
v
Finalidade:
que não tem nada do egoísmo de interesses ou preferências pessoais, e sim,
muito de desafio e responsabilidade social.
v
Universidade:
lugar apropriar-se do conhecimento
e torná-lo acessível à sociedade. Mesmo
nos países desenvolvidos, onde há empresas que fazem pesquisa, a grande parte
da produção de conhecimento é feita nas universidades.
v
Os
procedimentos pelos quais fazemos a Universidade
são parte dos problemas de dependência
dos países de Terceiro Mundo.
a)
Estão reduzindo-as a uma instituição inútil,
inócua, improdutiva, inexistente, “fechada”.
b)
A Ciência e a pesquisa ficam sem a sua única
base possível para, efetivamente, integrar-se a sociedade.
c)
Essa perecer ser a tendência que existe nos
últimos anos no Brasil.
d)
Necessário propor
o que deve caracterizar a universidade, para as pessoas poderem agir de forma
a construí-la e não apenas acabar com a que não está satisfazendo.
e)
Ela precisa ter interlocutores na população tanto quanto em cargos de representação
política, de modo, a convencer que a Ciência
é um empreendimento e um tipo de
atividade importante para o País.
f)
Não reduzir os alunos a “simples ouvintes” que
lhe são apresentados informações, as quais, são confundidas como “conhecimento”.
g)
Preservar
a Universidade como instituição e mudá-la como organização.
h)
Reivindicar por verbas públicas adequadas para o
financiamento da pesquisa científica.
i)
Nos
últimos 20 anos, as verbas públicas para a pesquisa foram reduzidas a um terço
– significa que o país parou a produção de conhecimento que possibilitaria a
construção de tecnologia necessária para superar seus problemas.
j)
Hoje o Brasil “compra tecnologia” e “adota
informações” – ele consome o que outros países produzem.
k)
Reivindicação
Fundamental: desenvolver nossa própria produção de conhecimento e
tecnologia, por meio de uma universidade íntegra e competente e com recursos
necessários para fazer isso.
v
Há pouca transparência
e falta de acesso e também ausência de participação na elaboração
do orçamento de Ciência e Tecnologia
(C&T).
a)
A comunidade científica tem feito propostas ao
governo e, em geral, não tem sido atendida.
b)
Os cientistas consideram que a atual organização
do Sistema de Ciência e Tecnologia Nacional tem muitos defeitos.
c)
Necessita da integração dessas agências (FINEP, CNPq e estatais) em um
sistema coerente com uma política bem definida de apoio a C&T, incluindo a participação das universidades
e sociedades científicas e com verbas
estaduais e federais.
d)
Qual o sistema e quais os seus componentes que
precisamos para o desenvolvimento da C&T
e do Ensino Superior que o país necessita?
v
O sistema educacional, a política e a economia
do Brasil são “estudados” por agentes externos ao Brasil e por grupos políticos
e econômicos diversos,
v
Também a Psicologia
no País interessa ser “estudada”
como um possível meio para interferir
no que é feito no País.
v
Faremos a Psicologia ditada burocraticamente por
agência de poder já consolidadas de
acordo com interesses e objetivos, que
podem não corresponder ao que interessa ao País e ao desenvolvimento do
conhecimento em Psicologia.
v
A direção
do trabalho científico e tecnológico precisa ser orientada sobre a base
segura do conhecimento da realidade
social com suas necessidades e de cada área de conhecimento.
v
Parece que, em muitos casos, “prioridade” tem sido “fazer aquelas
pesquisas que dão informações para a
tecnologia que vai ser desenvolvida fora
do Brasil”.
v
É preciso identificar com clareza a manipulação do dinheiro da Ciência.
v
A Universidade Brasileira tem muitos aspectos de
inventividade, que não chega até o
público, até a população.
v
A produção C&T não é acessível, mesmo para
apoiar outros trabalhos científicos no país.
v
É preciso uma política de inovação no uso e na
administração do produto da atividade científica.
v
Não há uma política de administração da utilização do conhecimento científico fora
da Universidade.
v
Ciência
não é uma atividade individual, é um empreendimento
coletivo. Exigindo decisões
coletivas e políticas.
v
Política
científica em Psicologia não se fará sem a participação dos cientistas e
das universidades do País, nem sem instrumentos, instituições e atividades que tenham
apropriadas para que essa participação
coletiva seja real, significativa e emancipadora.
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