13 de ago. de 2014

Resumo - A Psicologia do Esporte: Histórico e Área de Atuação e Pesquisa.



Autor(es)
RUBIO, Katia.
Artigo
A Psicologia do Esporte: Histórico e Área de Atuação e Pesquisa.



Introdução
·         Ciências do Esporte: A Psicologia do Esporte vem se somar à Antropologia, Filosofia, Sociologia do Esporte e no que se refere à área sociocultural soma-se a Medicina, Fisiologia e Biomecânica do Esporte.
·         Ampliação dos horizontes: vem a ocupar o território exclusivo de outros profissionais como reflexo de um movimento que busca facilitar o diálogo entre áreas que se aproximam, demonstrando uma tendência e necessidade à interdisciplinaridade.
·         Estágio Pluridisciplinar (Bracht): as diversas subáreas convivem enquanto soma, mas não em relação.
Histórico
·         Nem sempre foi clara a abrangência da Psicologia do Esporte.
·         Final do séc. XIX já era possível encontrar estudos e pesquisas relativas a questões psicofisiológicas no esporte e comportamento humano relacionado à atividade física sem uma definição exata do que fosse essa área de estudo e seu objetivo.
·         Primeirolaboratório de pesquisa aplicada ao Esporte– 1920:fundado por Griffith e primeiras publicações que remetem a Psicologia do Esporte por Schulte e Griffith.
·         InternationalSocietyof Sport Psychology (ISSP) – 1960:presidida por Ferruccio Antonelli com a publicação do InternationalJournalof Sport Psychology, realizando reuniões bienais com o objetivo de divulgar trabalhos da área.
·         North American Society for thePsychologyof Sport andPhysicalActivity (NASPSPA) – 1968: foco de estudo sobre aspectos do desenvolvimento, da aprendizagem motora e da psicologia do esporte, tendo como principal periódico o Journalof Sport na ExercisePsychology.
·         Psicologia do Esporte nas últimas décadas (Martens, 1987): profissionais em dois campos distintos de atuação que refletem a preparação e as possibilidades de atuação, que por um lado representa certo corporativismo e por outro indica abertura de uma área.
o   Psicologia do Esporte acadêmica – pesquisa e conhecimento da disciplina Psicologia do Esporte;
o   Psicologia do Esporte aplicada – campo de atuação e intervenção.

Áreas de Atuação
·         Profissional da Psicologia do Esporte: sua formação não é formalmente determinada, significando falta de delineamento do que faz um profissional dessa área.
·         Discussões sobre papel e identidade profissional:
o   Centro Olímpico Americano em 1983 indicou três possibilidades de atuação:
§  Clínico– atuação com atletas/ equipes;
§  Pesquisador–desenvolve conhecimento sem intervenção direta;
§  Educador– desenvolve disciplina Psicologia do Esporte na área acadêmica;
o   Singer (1988) aponta outros desdobramentos na atuação:
§  Especialista em psicodiagnóstico– avalia potencial/deficiências;
§  Conselheiro– apoio questões coletivas/individuais;
§  Consultor – avaliar estratégiaspara rendimento;
§  Cientista– transmite conhecimento da área;
§  Analista– avaliar treinamento e intermediar atletas e comissão técnica;
§  Otimizador– com base no evento organiza programa para aumentar potencial e performance.
o   Samulski (1999) destaca quatro campos de atuação:
§  Esporte de rendimento – atua transformando os determinantes psíquicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo.
§  Esporte escolar – busca compreender e analisar os processos de ensino, educação e socialização inerentes ao esporte e seu reflexo na formação e desenvolvimento do praticante.
§  Esporte recreativo –atua na primeira linha de análise do comportamento recreativo de diferentes idades, classe sociais e atuações profissionais em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes.
§  Esporte de reabilitação –voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática ou portadores de deficiência física e mental.

Medidas de Avaliação e Caracterização Psicológica
·         Tipo de personalidade x Escolha da modalidade esportiva:
o   Silva (1984) destaca três perspectivas:
§  Determinista – próxima da psicodinâmica, possui como referência Freud, Jung, Adler;
§  Traço – personalidade com características que diferencia uma pessoa das demais, autores como Allport;
§  Interacional – personalidade a partir da integração das influências pessoais e do meio, referências como Bandura, sendo a perspectiva mais adotada na última década.
o   Estudos Messias e Pelosi (1997) evidencia um perfil comum a atletas que apresentam características como autoconfiança, melhor concentração, preocupação positiva pelo esporte, determinação e compromisso.
o   Revisão bibliográfica de Valey (1992) conclui:
§  Não há evidências de que exista uma “personalidade de atleta”;
§  Não são conclusivos estudos que apontam diferenças entre personalidade e os subgrupos esportivos (individual/coletivo, contato/não-contato);
§  O sucesso no esporte pode influenciar a saúde mental do indivíduo facilitando a propriocepção positiva e produzindo estratégias cognitivas de sucesso, o que não representa mudança na personalidade-traço.

·         Motivação para a procura do esporte
o   Para Sage (1977)motivação é entendida como a direção e intensidade de um esforço.
o   No contexto esportivo a direção do esforço refere-se à busca individual de um objetivo quanto aos atrativos de determinadas situações. A intensidade de um esforço refere-se ao grau de energia que uma pessoa despende no cumprimento de uma situação particular.
o   Os autores (Brawley & Roberts, 1984; Weinberg, 1984; Weinberg & Gould, 1995; Weiss & Chaumeton, 1992) o nível de motivação de um atleta é determinado pela interação de fatores pessoais (personalidade, interesses, habilidades) e fatores situacionais (facilidade na prática, tipo de técnico ou orientação para vitória ou fracasso).
o   Samulski denomina os traços internos de motivação intrínseca (capacidade do próprio atleta para a realização de um interesse) e motivação extrínseca (reconhecimento social, elogio, premiações). Destaca que para o esporte principalmente de alto rendimento, é fundamental o desenvolvimento da motivação.

·         Estudos sobre a ansiedade e stress
o   Ativação: estado mínimo de disposição para competição.
o   Ansiedade por Gould & Krane (1992) é definida como impacto emocional ou dimensão cognitiva da ativação.
o   Spielberg (1972) notou que para a teoria da ansiedade ser adequada é necessário diferenciar entre ansiedade:
§  Como um estado de disposição de ânimo – subjetivo, consciência da percepção de sentimentos de apreensão e tensão associado com o SN autônomo;
§  Como um traço de personalidade – motivo, hábito, disposição comportamental, que predispõe o indivíduo a perceber circunstâncias não-perigosas como ameaçadoras, respondendo desproporcionalmente.
o   Martens (1977) afirma que stress envolve percepção de um desequilíbrio substancial entre demanda do meio e a capacidade de resposta, onde o fracasso é percebido com importantes consequências.

Interação Social e Dinâmica de Grupos Esportivos
·         Diferença entre Grupos e Conjunto de Indivíduos
o   Andrade (1986) afirma que grupo é conjunto de indivíduos que se reúne por ou para alguma coisa, possui dois referenciais: um problema em comum e o conhecimento entre as pessoas.
o   Segundo Pichon-Rivière (1991) a tarefa que não é apenas o movimento para o trabalho, mas a compreensão de seu objetivo, processo e finalidade.
o   Autores como Loy & Jackson (1990), Widmeyer et al (1993) e Hanrahan & Gallois (1993) postulam que uma equipe esportiva é mais que a soma de valores individuais e que o time com melhor performance não é composto necessariamente, pelos melhores jogadores destacados em suas funções.

·         Rendimento de equipe x composição individual (talento, habilidades)
o   Russel (1993) considera que a coesão é tida pelos técnicos como a principal característica de uma equipe para obter sucesso, tendo no conflito externo um fator de coesão interna.
o   Para Carron (1982) coesão é um processo dinâmico na tendência do grupo de permanecer junto e se manter unido na busca de seus objetivos e metas e possui quatro categorias que antecedem-na:
§  Determinantes situacionais – variáveis do meio que interferem diretamente na coesão;
§  Fatores pessoais – características individuais dos membros do grupo (identificação com a tarefa, automotivação);
§  Estilos de liderança – liderança desempenhada pelo técnico e os atletas;
§  Determinantes grupais – características da tarefa, às normas de produtividade do grupo, desejo de sucesso e estabilidade da equipe.
o   Para Russel (1993) o desenvolvimento da coesão só será efetivo se o grupo se possuir uma estrutura efetiva de liderança.
o   De acordo com Martens (1987) a liderança efetiva é determinada pelo estabelecimento de objetivos e metas concretas, construção de um ambiente social e psicológico favorável, instrução de valores e motivação dos membros.
o   Segundo Rubio (1998) a liderança em grupo esportivos apresenta-se pelo líder externo na figura do técnico e o líder interno representado pelo capitão do time, podendo nesta dupla liderança representar o sucesso da equipe quando se completam e complementam.

6 de ago. de 2014

Resumo - Como classificar as pesquisas?


Livro
Como elaborar projetos de pesquisa.
Autor(es)
GIL, Antonio Carlos.
Capítulo 4
Como classificar as pesquisas?

  • Como classificar as pesquisas com base em seus objetivos: útil para estabelecimento do marco teórico, possibilita um aproximação conceitual.

1.    Exploratória – proporcionar maior familiaridade com o problema, torná-lo mais explícito ou constituir hipóteses.
2.    Descritiva – descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou estabelecimento de variáveis.
3.    Explicativa – identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.

  • Como classificar as pesquisas com base nos procedimentos técnicos utilizados: útil para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, ponto de vista empírico. Denominado delineamento, este envolve a diagramação, previsão de análise e interpretação da coleta de dados.

1.    Fontes de Papéis
1.1 Pesquisa Bibliográfica – desenvolvida com base em material já elaborado, boa parte são estudos exploratórios.
a)     Livros: obras literárias, obras de divulgação, dicionários, enciclopédias, anuários, almanaques.
b)     Publicações/ Periódicas: jornais e revistas.
c)      Impressos diversos.
2.1 Pesquisa Documental – assemelha-se a pesquisa bibliográfica, a diferença consiste na natureza das fontes, pois esta vale-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa.
a)     Documentos de primeira mão: arquivos de órgãos públicos e instituições privadas (associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos, etc), cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins.
b)     Documentos de segunda mão: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa, tabelas estatísticas, etc.
2.    Fontes fornecidas por pessoas
2.1 Pesquisa Experimental – determinar um objeto de estudo, selecionar variáveis, formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
a)    Manipulação: manipular características dos elementos estudados.
b)    Controle: introduzir controles na situação experimental.
c)    Distribuição aleatória: grupos experimentais e grupo controle designados aleatoriamente.
3.1 Pesquisa Ex-Post Facto – o estudo é realizado após a ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos. Também verifica relação entre variáveis semelhante a pesquisa experimental, difere que o pesquisador não possui controle sobre a variável independente.
4.1  Estudo de Coorte – grupo de pessoas que têm alguma característica comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada por certo período de tempo.
5.1  Levantamento – interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer e mediante análise quantitativa obtêm-se conclusões.
6.1  Estudo de Campo – assemelha-se com o levantamento, diferindo que o levantamento possui maior alcance e o estudo maior profundidade, pois este procura aprofundar nas questões propostas, estuda-se um único grupo ou comunidade, não necessariamente geográfica.
7.1  Estudo de Caso – estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, permitindo o conhecimento amplo e detalhado.
8.1  Pesquisa-ação – ação ou resolução de um problema coletivo e no qual participantes e pesquisadores da situação estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

9.1  Pesquisa Participante – caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros da situação investigada. A pesquisa-ação pressupõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, técnico. A participante envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante, tende a ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente.