25 de mai. de 2014

Mapa Mental - Síndromes relacionadas a Substâncias Psicoativas

Livro
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Autor(es)
DALGALARRONDO, Paulo.
Capítulo 33
Síndromes relacionadas a substâncias psicoativas.



Mapa Mental - Transtornos da Personalidade

Livro
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Autor(es)
DALGALARRONDO, Paulo.
Capítulo 22
A personalidade e suas alterações.


Mapa Mental - Síndromes Maníacas.

Livro
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Autor(es)
DALGALARRONDO, Paulo.
Capítulo 28
Síndromes Maníacas.


Mapa Mental - Síndromes Depressivas

Livro
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Autor(es)
DALGALARRONDO, Paulo.
Capítulo 27
Síndromes Depressivas.




Mapa Mental - Síndromes Psicóticas.

Livro
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Autor(es)
DALGALARRONDO, Paulo.
Capítulo 30
Síndromes Psicóticas (quadros do espectro da esquizofrenia e outras psicoses).



24 de mai. de 2014

Resumo - Neuroses


Livro
Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica.
Autor(es)
ZIMERMAN, David E.
Capítulo 17
Neuroses

Diagnóstico Clínico
 Análise sintática de como se articulam entre si as diferentes partes e níveis das subestruturas psíquicas, devendo distinguir sintoma, caráter, inibição e estereotipia.
·      Sintoma: estado de sofrimento, corpo estranho a si, no qual quer livrar-se. Entretanto pode ocorrer do sintoma estar egossintônica (consonante com a representação que o indivíduo tem de si) que o paciente não o percebe.
·      Caráter: estado organizado da mente e da conduta, resultando em harmonia e saúde. Pode prevalecer uma egossintonia, não percebendo que este caráter possa estar causando prejuízos para si (mutilando capacidades latentes e reais) e aos outros.
·      Inibição: pode ser preliminar a um sintoma ou já constituída por um traço permanente do caráter.
·      Estereotipia: atitudes aparentemente normais, que observando-as mais atentamente, demonstra que executa seus papéis de uma forma mecânica, sem fazer modificações, girando em torno de uma mesma órbita. Está unicamente cumprindo papéis fixos e estereotipados (normais ou patológicos) que lhe foram designados pelos pais e educadores, e mutilam sua personalidade.

Características da Estrutura Neurótica
·      Apresentam algum grau de sofrimento e de desadaptação em alguma, ou mais de uma área importante de sua vida;
·      Conservam uma razoável integração do self;
·      Boa capacidade de juízo crítico e de adaptação à realidade;
·      Mecanismos de defesa não são tão primitivos, como os do estado psicótico.
  
Tipos de Estrutura Neurótica
Podem-se discriminar genericamente cinco tipos de estruturas neuróticas; a de angústia, histeria, obsessivo-compulsivo, fobia e depressão. Difícil encontrar esses quadros em “estado puro”, mas sim, mesclados.

Neurose Atual
Produzida por motivos “atuais”, não dependendo estritamente de fatores psicológicos, mas também de fatores biológicos (acúmulo de toxinas sexuais), compõem:
a)    Neurose de angústia – libido estancada (coito interrompido).
b)    Neurastenia – excessiva descarga de substâncias sexuais (exagero masturbação).
c)    Hipocondria – representada atualmente no núcleo da esquizofrenia.

Neurose de Angústia
ü  Transtorno clínico manifesto pela angústia livre (permanente ou em crises), expressando-se por:
a)    Equivalentes somáticos – opressão pré-cordial, taquicardia, dispneia suspirosa, sensação de “bola no peito”.
b)    Indefinida e angustiante sensação do medo de que possa vir a morrer, enlouquecer ou a iminência de uma tragédia.
ü  Diferença entre ansiedade e angústia:
                       a)    Ansiedade – desejo desmedido, descompensação da harmonia psíquica interna. Pode ser uma ansiedade latente (não visível).
                       b)    Angústia – estreitamento, apertamento, sintomas que emergem e ficam livremente manifestos.
Diferença entre Neurose Atual e Neurose de Angústia
ü  Neurose Atual: incapacidade de processar um excesso de estímulos (masturbação mal dirigida) que escoarão por outras vias, como a fisiologia orgânica.
ü  Neurose de Angústia: manifestação sintomática de uma angústia livre, resultante da ameaça de que os primitivos desejos inconscientes retornem à consciência.

Fobias
Combinação de pulsões, fantasias, angústias, defesas do ego e identificações patógenas podendo determinar no sujeito uma estruturação de natureza fóbica.
ü Pode ser multideterminada;
ü Pode variar de um indivíduo para outro em intensidade e qualidade;
ü Configuram-se clinicamente com uma ampla gama de possibilidades, das mais simples as mais complicadas, a ponto de serem incapacitantes e paralisantes:
a)    Traços fóbicos na personalidade (p. ex. inibições);
b)    Caracterologia fóbica (p. ex. modalidade evitativa de conduta, estilo típico de comunicação e lógica);
c)    Neurose fóbica;
d)    Psicose fóbica.
ü Pode ser uma manifestação única, porém, por se apresentar como sintoma isolado estar associado a outras configurações, como histéricas e, principalmente obsessivas e as paranóides (primas-irmãs).
ü Diagnóstico diferencial: necessário entre as fobias, pois vêm acompanhadas por uma intensa angústia-pânico (como síndrome do pânico).
                       a)    Consiste a circunstância (objeto, local, alguma cena...) bem determinada, bastando evitá-la para que a angústia cesse.
                       b)    Enquanto no transtorno do pânico é mais difícil correlacionar à origem da angústia.
                        c)    É importante diferenciar estes quadros clínicos, pois a síndrome do pânico costuma dar resposta positiva ao uso da farmacoterapia.
                       d)    O DSM-IV situa as fobias entre os Transtornos de Ansiedade.
ü Origem segundo teóricos:
                       a)    Freud: originária da fase fálica-edípica, com o “complexo de castração” (p. ex. Caso pequeno Hans).
                       b)    M. Mahler e cols: radicada na fase anal (processos de separação e individuação).
                        c)    Melanie Klein: fixação na fase evolutiva do sadismo oral canibalístico, com a respectiva projeção dos primitivos objetos aterrorizantes sobre o espaço exterior, que transforma-se em fobígeno.
ü Causas:
                       a)    Ansiedade de aniquilamento e desamparo;
                       b)    Simbolização e deslocamento da ansiedade, como uma cadeia de significantes, que estabelece um significado fóbico (medo do escuro com o medo de perder a mãe);
                        c)    Relação simbiótica com a mãe, com decorrente prejuízo nas fases de separação-individuação. Na prática clínica percebe-se a persistência desse vínculo (real ou internalizado), correlato a figura do pai desvalorizada ou excluída, principalmente a partir do discurso da mãe;
                       d)    A patologia na fase separação-individuação promove dupla ansiedade: a de engolfamento (chegar perto demais e absorver ou ser absorvido) e a de separação (risco imaginário de perder o objeto). Sendo característico da fobia, a pessoa criar um delimitado e restrito espaço fóbico para movimentar-se.
                       e)    Identificação da criança com a fobia dos pais: podendo atribuir à criança, o papel de proteger a fobia de solidão dos pais, ou o tipo de discurso repleto com os respectivos significados fóbicos. Refletindo uma carga de identificações projetivas dos temores dos pais na mente da criança. Esta ação fobigênica dos pais depende do grau de insuficiência das funções do ego da criança e também de um conhecimento prévio quanto ao medo ser uma ameaça real, ou estar fora de proporção.
ü Características Clínicas
                       a)    Estados fóbicos vêm acompanhados de manifestações paranóides e obsessivas e encobrem uma depressão subjacente.
                       b)    Má elaboração das pulsões agressivas.
                        c)    Tendência há manifestações psicossomáticas.
                       d)    Uso de uma “técnica de evitação” de todas as situações que lhe pareçam perigosas, uma vez que, a situação exterior fobígena é o cenário onde estão sendo projetados, deslocados e simbolizados os aspectos dissociados das pulsões e objetos internos, representados no ego como perigosos.
                       e)    Técnica de dissimulação” até o nível de um falso self, tal é o seu grau de culpa, vergonha e humilhação diante de seus temores ilógicos.
                         f)    Muitas vezes a fobia não aparece e só pode ser detectada pelo seu oposto, isto é, sua conduta contrafóbica.
                       g)    Em certas fobias (claustrofóbicas; agorafóbicas) existe a escolha de pessoas que prestem o papel de “acompanhantes” e de continuadores da mesma fobia. Causa pela qual, determinadas características fóbicas em certas famílias perpetuam-se por gerações.
                       h)    Na situação analítica costuma ocorrer que, o paciente fóbico mantenha a técnica da regulação da distância afetiva com o terapeuta, de modo a não ficar tão próximo (risco de ser engolfado), e nem tão longe (risco de perder o vínculo) e o necessitado analista. Podendo faltar regularmente ou outras formas de resistência, com possibilidade de que faça um tratamento descontinuado.

Neurose Obessivo-compulsiva
ü  No DSM-IV enquadra-se como Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC).
ü  Diz respeito à forma e ao grau como se organizam os mecanismos defensivos do ego diante de fortes ansiedades.
ü  É necessária uma discriminação entre os seguintes estados:
a)    Traços obsessivos em uma pessoa normal ou acompanhante de uma neurose mista, uma psicose, perversão, etc;
b)    Caráter marcadamente obsessivo;
c)    Neurose obsessivo-compulsiva.
ü  Obsessão: referem-se a pensamentos como corpos estranhos, que infiltram-se na mente e atormentam o indivíduo.
ü  Compulsão: designa os atos motores que o neurótico executa como uma forma de contra-arrestar a pressão dos referidos pensamentos.
ü  Causas
a)    Pais que impuseram um superego por demais rígido e punitivo.
b)    Exagerada carga de agressão que o ego não conseguiu processar e, igualmente, uma falha na capacidade do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o obsessivo.
c)    Conflito intra-sistêmico (o ego está submetido ao superego cruel e está pressionado pela demandas enérgicas do id).
d)    Importância da defecação para a criança, com as respectivas fixações anais que se organizam em torno destas fantasias, que representam um importante fator de estruturação do psiquismo.
ü  Características clínicas
a)    Existe uma ambiguidade e ambivalência do sujeito obsessivo, de um lado, ele sente o seu ego submetido a um superego tirânico, e ao mesmo tempo, ele quer tomar posição contra esse superego e da livre vazão ao id.
b)    Esse conflito entre as instâncias explica os sintomas de organização, limpeza, disciplina, escrupulosidade e afins.
c)    Pode manifestar dois perfis caracterológicos: sob uma forma passiva (corresponde a fase anal retentiva) e outro de natureza ativa (corresponde a fase anal expulsiva).
d)    O “passivo submetido” apresenta uma necessidade enorme de agradar (não desagradar) a todas as pessoas, devido à ansiedade em poder magoar ou vir a perder o amor delas.
e)    O “ativo submetedor” resulta em um processo de identificação com o agressor, adquire características de exercer um controle sádico sobre os outros, ao qual ele quer impor as suas verdades.
f)     Em ambos há a presença de pulsões agressivas, mal resolvidas, um superego rígido ante a sua desobediência, e um ideal do ego cheio de expectativas a serem cumpridas, mantendo em um continuado estado de culpa.
g)    Os mecanismos de defesa mais utilizados são os de anulação (desfazer aquilo que já foi feito), isolamento (isolar o afeto da ideia), formações reativas (negar os sentimentos que lhe despertam ansiedade), racionalização e intelectulização.
h)   Se falham as defesas aparecem extratos mais primitivos da mente e que podem provocar soluções fóbicas, paranóides ou perversas.
i)     As escolhas de suas relações objetam buscam fazer a complementação: de relação tipo dominador x dominado; ativo x passivo; sádico x masoquista.
j)      A obsessividade narcisista o sujeito exibe uma superioridade disfarçada sob uma capa de modéstia.
k)    Encaram a sexualidade do ponto de vista da analidade (fase anal) como: cuidados com a limpeza, assepsia, sentimento de ser propriedade ou proprietário, controle do orgasmo e exagerados escrúpulos em usar recursos orais e anais.
l)     Na situação analítica o risco é que o paciente consiga fazer prevalecer o seu controle, sobre si mesmo e sobre o terapeuta, pelo uso de mecanismos defensivos:
·         Controle onipotente – deixa o processo analítico estagnado;
·         Deslocamento – detalhes que se tornam enfadonhos, podem provocar uma contratransferência de tédio;
·         Anulação – discurso de “é isso mas também pode ser aquilo”;
·         Formação reativa – paciente não deixa irromper a sua agressão reprimida;
·         Isolamento – em narrativas desprovidas de emoção.
m)  É fácil o terapeuta perceber o quanto o “ideal do ego” se constitui como tirano do paciente obsessivo, forçando-o a uma idealização da perfeição e adotar um estilo de pessoa excessivamente lógica.
n)   O cuidado do analista de não se deixar equivocar pela colaboração irretocável desse paciente, que costuma ser obsessivamente correto, assíduo, pontual, associa livremente, bom pagador, boa apresentação e vida profissional geralmente bem resolvida.
o)    Existe a possibilidade de que o analisando esteja “cumprindo a tarefa” do que propriamente alguém disposto a fazer mudanças.

p)    É necessário observar o destino que as interpretações tomam, se elas germinam ou ficam desvitalizadas. Um bom recurso é fazer um permanente confronto para o paciente entre o que ele diz, sente e de fato, faz.

23 de mai. de 2014

Resumo - Caminhos e descaminhos da fala na clínica psicológica.

Livro
Fundamentos de Psicologia – Aconselhamento psicológico Numa Perspectiva Fenomenológica Existencial.
Autor(es)
MORATO, Henriette.
Capítulo XVIII
Caminhos e descaminhos da fala na clínica psicológica: uma perspectiva fenomenológica existencial.

1.    Introdução
·      O homem contemporâneo tem marcas que revelam quem ele é, como foi sua história, sua forma de estar no mundo, que desvelam (ao que esta disposto a ouvir), um arsenal de conhecimento que parece brotar da própria angústia, as dimensões do sofrimento e da fragilidade humana.
·      Este retrato do homem que se apresenta a clínica psicológica vem buscar uma imagem de si, ao tentar construir-se ou reconstruir-se à medida que participa da compreensão do seu existir.
·      Dimensão existencial do homem no mundo fenomenal:
a)    Dá acesso a singularidade;
b)    Permite abarcar a própria experiência como obra aberta;
c)    É autor e protagonista de sua própria história;
d)    Processo de descoberta da própria humanidade ao resgatar seu vivido.

2.    Metodologia
·      Perspectiva fenomenológica-existencial: procurando ir às próprias causas.
·      Sentido da fenomenologia: ver os fenômenos como eles se mostram, tal como se apresentam.
·      Registro de experiência: através da narrativa – uma forma artesanal de comunicação em que a experiência do narrador é a matéria prima a ser trabalhada – forma de construção da experiência e da memória, como de sedimentação e reconstrução do processo vivido.
·      Experiência e Narrativa: experiência se refere a uma elaboração do fluxo do vivido que ocorre pela consolidação e incorporação do singular e plural que compõe a vida do indivíduo, e a narrativa é a forma de expressar essa pluralidade de conteúdos, em constante mutação no tempo.
·      Compreensão e Interpretação: dimensões originárias de estar-no-mundo.
a)    Compreensão: o homem é compreensão, é abertura ao ser, no mundo, interpretando entes que se mostram e ele dentro do mundo.
b)    Interpretação: se funde a compreensão, que não é tomar conhecimento, mas elaborar as possibilidades projetadas na compreensão.

3.    Compreensão das entrevistas
·         Maneira como o homem se relaciona, o impede de dar sentido às coisas, possibilitando a construção de patologias, podendo impedir a sua liberdade e responsabilidade. Isentando-se de promover mudanças.
·         Cultura da máscara: manutenção de uma identidade social que o isenta de assumir a responsabilidade de buscar sua própria identidade, possibilitando a criação de um vazio existencial.
·         Quem entra em processo terapêutico corre o risco do enfrentamento ao se deparar com uma imagem de si até então “protegida” pelo medo de ser revelada.
·         A psicoterapia é um contexto significativo que acolhe o sujeito em sua diferença, ao mesmo tempo em que lhe devolve a responsabilidade e a liberdade de escolha.
·         Ao permitir me escutar, meu sentir tem a possibilidade de se expressar.
·         Cliente e terapeuta estabelecem uma relação de encontro de abertura de possibilidades, de contato direto entre mundos. A fala é dirigida a – ao ser tocado o cliente se despe, diz de si, dá-se a conhecer, pois é somente nessa fala, que o outro, a quem o terapeuta se dirige, que constitui como pessoa e não como uma esfera fictícia cujo fato de viver se reduz a ser escutado.
·         Busca-se na clínica a abertura do sujeito para regiões de si, a permissão para adentrar em seu ser e resgatar uma fala geradora de novas possibilidades, uma fala-atitude, mobilizadora, investigativa. Uma fala-peregrina, sempre à procura de compreender seu modo de ser e de se mostrar. Uma fala criadora e renovadora, uma fala própria e singular.
·         Falatório: falar sem necessariamente haver preocupação com a veracidade de um ponto de referência, pois o que faz sentido é “repetir e passar adiante a fala”. É impessoal, não se apropria, assim, corre o risco de fracassar, não assume a responsabilidades e elabora uma compreensibilidade indiferente, sem nada excluir, mas também sem nada autenticar.



Resumo - Terapia e a Era da Técnica

Livro
Os Dois Nascimentos do Homem: escritos sobre terapia e educação na era da técnica.
Autor(es)
POMPÉIA, João Augusto; SAPIENZA, Bile Tatit.
Capítulo 7
A Terapia e a Era da Técnica.

Página 123
Anotação: Daseinanalyse se preocupa com a cura?
·      Daseinanalyse não dá garantia de nenhum resultado, não visa à cura, e leva tempo.
·      Significa que ela não tem compromisso com nada? Para que ela serviria? Ela produz algum efeito? Quais critérios? Há como avaliar se a terapia produziu mudança?
·      Estas questões trazem sentido em nossa época – imersos no mundo da técnica.
·      A terapia Daseinanalítica não se encaixa nos parâmetros que vigoram neste nosso tempo = objetividade, pressa, controle.

Página 126
Anotação: Técnica não é um mero procedimento, mas uma burocratização da modernidade.
·         Técnica não é simplesmente sinônimo de procedimento, pois o procedimento pode ter características pessoais, um jeito próprio.
·         A técnica é impessoal, ela é autônoma com relação ao sujeito, pode ser usada por não importa quem, contanto que seja bem aprendida.
·         O que ela produz também deve servir para qualquer pessoa a quem se destina o produto.
·         O importante é que haja um objetivo bem definido e especificação dos meios e instrumentos.

Página 127
Anotação: Mundo Contemporâneo e Técnica / Terapia seguindo técnica.
·         A própria técnica gera mais técnica – de maneira autônoma.
·         Ela se impõe como aquilo que dá a cara do mundo contemporâneo.
·         É compreensível que a terapia seja vista e avaliada dessa mesma perspectiva, pelos mesmos parâmetros: precisão de objetivos, eficácia, rapidez, apresentação de resultados.

Página 130
Anotação: Quem domina a técnica elabora o diagnóstico? Na fenomenologia nós elaboramos o diagnóstico?
·         A pessoa ao chegar expressa o seu desejo de que o terapeuta seja capaz de livrá-la de alguma coisa que está atrapalhando e precisa ser extirpada de sua vida... e depressa!
·         Existe uma questão humana em jogo, cujo sentido mais amplo fica perdido na maneira como o mundo da técnica costuma aproximar o humano.

Página 131
Anotação: O que o terapeuta pode oferecer para o paciente?
·         O que o terapeuta pode é ter o compromisso de percorrer com o paciente um caminho em que, juntos, se aproximarão da história vivida por ele, dos seus modos de ser consigo mesmo e com os outros, dos seus planos de futuro, do que tem constituído a sua vida, incluindo aí aquilo pelo que ele procurou a terapia.
·         O terapeuta pode oferecer ao paciente é a parceria na procura pela verdade da história, da qual fazem parte o seu momento atual, o já vivido e o que está por vir, pois essa história está sempre em aberto e reúne sua realidade, sonhos, conquistas e perdas; história que é a sua identidade.
·         O tempo que durar essa procura poderá ser a oportunidade para que o paciente se dê conta de seu jeito de ser no mundo, para que ele amplie sua compreensão de si mesmo como alguém que tem responsabilidade pelo cuidado de sua vida, cuidado esse que abrange os outros e o mundo.
·         O terapeuta não sabe quanto tempo será necessário. Basta isso para vermos como essa concepção de terapia se afasta dos parâmetros do tempo da técnica.
Página 139
Anotação: Dasein existe para aquilo que silencia?
·         Mundo: horizonte de possibilidades de manifestação dos entes. O qual atualmente é configurado pela técnica.
·         Contudo, mesmo com essa configuração, mundo traz sempre consigo uma força de projeto, que jamais se resumem a uma possibilidade particular qualquer. Qualquer possibilidade particular encerra em si algo silenciado.
·         Embora o Dasein seja sempre enraizado em seu mundo fático e possa se perder nas referências cristalizadas do seu mundo cotidiano. Ele também pode ser sintonizado com o que está silenciado em seu mundo e que, ao mesmo tempo, espera para ser acordado.
·         O que silencia é aquilo que permanece retraído, encoberto (não como mera negação dos entes), mas no encobrimento, traz em si a possibilidade de que haja a abertura para a manifestação dos entes, para o mundo como horizonte.
·         Dasein: existe (ek-siste) aberto não só para o mundo como horizonte de tudo o que se manifesta, mas também para aquilo que se retrai, que se oculta e silencia.
·         Por isso apesar da exuberância gritante da técnica, há a possibilidade de prestarmos atenção e darmos ouvidos ao que silencia, ao que fica no encobrimento.