3 de jun. de 2013

Metodologias de Coleta de Dados na Pesquisa Qualitativa

Pessoal segue um pequeno resumo da referência bibliográfica (Metodologias Qualitativas em Sociologia – Haguette, T.M.F.) citada na disciplina online para Projeto de Pesquisa em Psicologia Social::


1.     Metodologias de Coleta de Dados na pesquisa qualitativa

1.1. Metodologias qualitativas em sociologia – Haguette

1.1.1.  Fundamento Teórico

a)      Antropologia e Sociologia utilizaram técnicas semelhantes na abordagem do real, principalmente na participação do pesquisador no local pesquisado (ver o mundo aos olhos dos pesquisados).
b)     Sociologia (vertente interacionista) organização social está assentada nos sentidos, definições e ações que grupos elaboram no processo de interação simbólica ao longo do dia-a-dia.
c)      Metodologias qualitativas nascem em um ambiente social, intelectual e teórico específico, que se reportam a clássicos da sociologia, como, Cooley, Thomas, Mead.
d)     Métodos e Técnicas não são autônomos e nem neutros.
e)      Pesquisar é sempre tematizar o real, dentro de uma dialética do sujeito e do objeto, com o auxílio de métodos e técnicas que permitem uma aproximação do real.

1.1.2.  Metodologias

a)      Método Quantitativo: supõem uma população de objetos de observação comparáveis entre si.
b)     Método Qualitativo: enfatiza especificidades de um fenômeno em termos de sua origem e sua razão de ser.
c)      Tanto as “estruturas” quanto os “microprocessos” da ação social devem ser conhecidos, analisados e interpretados, cabendo a cada um a metodologia apropriada ao que se deseja investigar.
d)       Quatro técnicas da metodologia qualitativa:
        São frequentemente usadas: a) em teses de hipóteses, quando os métodos estruturados não podem ser empregados; b) na reconstituição de um evento; c) na história de vida de indivíduos, organizações ou comunidades; d) estudos pilotos sobre novas áreas do conhecimento.
ü  Observação participante: Contato direto do pesquisador, relação face a face onde ele modifica e é modificado pelo contexto.
ü  História de vida (HV): Documento ou Captação de dados. Serve como ponto de referência para avaliar teorias, pode servir de base para suposições, favorecer insights, auxiliar na busca de novas variáveis em uma área desgastada e dar sentido à noção de “processo”(entende o ponto de vista de pessoa).
ü  Entrevista:
Ø  Aspectos que podem interferir: a) motivos ulteriores (pensa que  sua resposta pode influenciar positivamente em uma situação futura); b)quebra de espontaneidade; c) desejo de agradar; d) fatores idiossincráticos (íntimo de cada pessoa); e)conhecimento sobre o assunto da entrevista; f)falha na observação; g) omissão de dados por ambas as partes.
ü  História oral (HO): Em termos gerais pode-se dizer que tudo que é ORAL, gravado e preservado pode ser considerado história oral (discursos, conversas telefônicas, conferências). Tem por finalidade preencher lacunas existentes nos documentos escritos. É interdisciplinar, servindo para várias áreas.
Ø  Pode não ser confiável: a) se tratar de depoimento parcial; b) se fundar na memória de um depoente.
ü  HO, HV e entrevista não podem partir da informação de um único depoente, mas um conjunto de depoimentos que informam o todo.

1.1.3.  Crítica aos métodos tradicionais

a)      Postura crítica em relação às metodologias tradicionais como consequência do descrédito que a “ciência” tem provocado por ter-se mostrado incapaz de resolver problemas de pobreza, de subdesenvolvimento, de falta de democracia = problemas de desigualdades sociais.
b)     Crítica à falta de neutralidade e objetividade e seu postulado de distanciamento entre sujeito e objeto da pesquisa, surgiram propostas de Pesquisa-participante e Pesquisa-ação (originado na psicologia social e cunhado por Kurt Lewin na década de quarenta).
c)      Surgem devido à necessidade de inserção do pesquisador no meio e de uma participação efetiva da população pesquisada no processo de geração do conhecimento concebido.


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