1.
Introdução
a) A
psicologia conquista seu espaço autônomo como área de conhecimento e campo de
práticas (séc. XIX) em consequência da
produção de ideias e práticas no interior de outras áreas do saber.
b) Brasil
na época adota modelo republicano,
ideologia liberal e economia agrário-comercial exportadora – influenciando
o meio acadêmico intelectual, com crença na
liberdade e supremacia do indivíduo.
c) Psicologia
foi marcada pelas estratégias de controle de variedade e produtividade, transformando-se
em um viés adaptativo.
2.
Psicologia
e as Instituições Médicas:
a) Faculdades de Medicina do
Rio de Janeiro e na Bahia (1833) e os hospícios
foram fontes de produção de ideias
psicológicas;
b) Teses de doutoramento com teor psicológico.
c) Prática médica Higienista: políticas públicas
de saneamento básico e educação moral e física das famílias, unidos a princípios
de eugenia e limpeza étnica.
d) Teoria da Degenerescência e Disciplinarização da Sociedade: práticas
profiláticas, visão racionalizante e moralizante da loucura, exclusão de grupos
não adaptados aos padrões.
e) Colônia de Psicopatas do Engenho
de Dentro (1923): tornou-se depois o Instituto de Psicologia
produzindo pesquisas sobre seleção e
orientação profissional, fadiga em trabalhadores e psicometria.
f) Liga Brasileira de Higiene Mental (1923):
realizaram simpósios e seminários
para divulgação de pesquisas, predominando o ideal eugênico, profilático e indivíduos mal adaptados.
g) Movimento Antipsiquiátrico de
Recife, com Ulysses Pernambuco: com modelo humanista e
existencial de atendimento dos doentes mentais.
3.
Psicologia
em Instituições Educacionais
a) Preocupação com uma educação humanista e
cientificista.
b) Ideário
Escolanovista (1882): ampliação
da educação e o combate ao analfabetismo, com destaque para Rui Barbosa.
c) Reforma Benjamin Constant no
campo educacional (1890): maior laicidade, liberdade e gratuidade no ensino,
com tendência cientificista,
incluindo a psicologia como
disciplina.
d) Escolanovismo:
educação como instrumento para a reconstrução
de uma sociedade cidadã e democrática, considerando
individualidade e diversidade do sujeito.
e) Psicologia
Diferencial: estudo do processo
de desenvolvimento vital, processos de ensino aprendizagem, testes de
inteligência e seleção profissional.
f) Criação do Instituto de Psicologia de
Ulysses Pernambuco (1925): testes psicológicos de nível mental, aptidão, de
cunho pedagógico e pesquisa.
g) Escolas
Normais: importantes para o
estabelecimento da Psicologia Científica no Brasil, compondo os currículos e
construindo laboratórios de Psicologia (1912), contribuindo para a autonomização
da Psicologia e base para a disciplina universitária mais tarde.
4.
Psicologia e a Organização do
Trabalho
a) Psicologia
inserida nesse cenário para promover ações
que maximizassem a produção industrial.
b) Conhecimento racionalizável e cientificista:
finalidade de controle social nas indústrias.
c) Instituto
de Organização Científica do Trabalho (1929):
seleção, educação e organização do modo de produção.
d) Organização
Racional do Trabalho (IDORT) que
desdobrou-se na Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes.
e) Colônia de Psicopatas do Engenho
de Dentro (1923): processos de seleção para a Aviação
Militar.
5.
A
Regulamentação da Psicologia
a) A
Lei nº 4119, de 27 de agosto de 1962
regulamentou o exercício profissional e
dispôs sobre os Cursos de Formação de
Psicólogos, permitindo o certificado de especialista em Psicologia,
Psicologia Educacional, Psicologia Clínica e Psicologia Aplicada ao Trabalho.
b) Em
dezembro aprovou-se o parecer nº 403/62 que fixava oficialmente um currículo mínimo de Psicologia.
c) Em
1971 cria-se o Conselho Federal de
Psicologia (CFP).
d) Criação
do Código de Ética (1975).
e) Nas
décadas de 60 e 70 devido ao período ditatorial vivido no país, o Conselho
permaneceu como extensão dos poderes e decisões do Estado.
f) Em
1976 elege-se o segundo Conselho Federal de Psicologia,
buscando fortalecer a imagem profissional.
g) Em
meados de 1980 o Conselho assume sua vocação autárquica, mostrando mais
autonomia.
h) Com a Constituição Cidadã (1988) o órgão CFP passou
a seguir uma vocação mais crítico-social, criando inúmeras Comissões
comprometidas com a realidade brasileira.
i) No século XXI vivemos um período de profissionalização
mais madura:
(1) Com alterações e crises sócio-econômicas;
(2) Maior proliferação de faculdades de
psicologia;
(3) Queda na qualidade de formação;
(4) Degradação do valor do trabalho do psicólogo.
(5) Novos espaços de atuação devido a crise
mercadológica e epistêmica no cenário clínico;
(6) Novos dilemas éticos situado nos fenômenos
intersubjetivos da contemporaneidade.
Ótimo resumo...
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