1.
Definição
·
É um termo genérico que se refere a um grupo
heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades
significativas na aquisição e uso da
audição, fala, leitura, raciocínio ou habilidades matemáticas.
·
São intrínsecas
ao indivíduo devidas à disfunção do SNC.
·
Pode ocorrer concomitantemente com outras
condições desfavoráveis.
·
Existe a falta
de informação específica nas escolas.
·
Capacitar professores para o reconhecimento de
sinais é a grande estratégia, para realizar assim o diagnóstico precoce,
pois maiores serão as chances de reabilitação.
·
Cabe ao professor
possibilitar a inclusão no processo
escolar.
·
Segundo Graciele Girardelo, devemos considerar:
a)
Problemas
no rendimento escolar que não sejam explicados por fatores intelectuais,
sensoriais ou outras incapacidades físicas;
b)
Dificuldades
em estabelecer e manter relações sociais;
c)
Reações
comportamentais ou sentimentos
inapropriados;
d)
Tristeza e
depressão contínuas;
e)
Tendências a desenvolver sintomas físicos ou medos associados
a problemas comuns.
2.
Diagnóstico
·
Dificuldades
para aprender na escola cuja causa
pode estar nela mesma ou no ambiente escolar.
·
Professor deve identificar:
a)
Problema
de ordem exógena
(pisopedagógico-social) deve procurar melhorar
o ambiente de aprendizagem do aluno auxiliando em suas dificuldades.
b)
Problema de ordem endógena, deve ser avaliado por profissionais habilitados, numa avaliação multidisciplinar (fono,
neuro, psicopedagogo, neuropsicólogo, avaliação psiquiátrica).
3.
Tratamento
·
Existem casos em que o grau do transtorno exige
que a criança passe por programas
educativos individuais e intensivos.
·
É importante que a criança continue a participar das atividades escolares normais.
·
O profissional que acompanha a criança deve
realizar contatos com a escola.
·
O tratamento
farmacológico quando necessário deve
ser acompanhado por um psiquiatra ou neurologista e associado
ao atendimento psicopedagógico.
DISTÚRBIO DE LINGUAGEM
1.
O que é linguagem?
·
Conjunto de símbolos e instrumentos utilizados
para comunicar sentimentos, pensamentos e idéias.
·
O seu desenvolvimento depende de fatores
ambientais e biológicos.
a)
Fatores
ambientais: o ambiente fornecerá o clima
emocional, os modelos verbais e as
experiências nas quais o sujeito irá se apropriar dos códigos de representação do pensamento
e sentimentos.
b)
Fatores
biológicos: A hereditariedade
fornece o potencial para a aprendizagem, ou seja, representa as diferenças individuais do sujeito para aprender. O estado de saúde é
fundamental principalmente até os três
anos, uma vez que doenças e carência
alimentar (privação protéica e vitamínica).
2.
O que é distúrbio de linguagem?
·
A linguagem é defeituosa quando prejudica a comunicação ou quando faz com que a pessoa se torne desajustada no grupo.
·
Existe um problema de linguagem em uma criança
quando sua maneira de falar interfere na comunicação, distraindo a atenção do ouvinte no que ela diz para enfocá-la no como ela diz, ou com a própria
timidez da criança ao falar.
3.
Tipos de distúrbio
·
Atraso na
linguagem
a)
Definição: a criança não apresenta linguagem até
por volta dos três anos. Pode ser superado de forma natural ou com tratamento
especializado (fonoaudiólogo).
b)
Causas: problema específico de articulação,
problemas de audição, problemas emocionais (traumas, carência afetiva,
superproteção, uso de outro idioma), crianças mimadas que não se expressam
porque não precisam. Crianças que vivem em orfanatos ou hospitais por falta de
estímulos.
·
Dislalia
a) Definição:
dificuldade de articular palavras, que consiste na má pronúncia das palavras
por omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
b) Causas:
é uma falha na articulação cuja origem pode ser orgânica ou funcional.
1.
Orgânica – afecção orgânica (lesão, malformação)
ou perturbação funcional dos órgãos da fonação.
2.
Funcional – causa hereditária, imitação ou
alterações emocionais.
·
Até os quatros anos, os erros na linguagem são
normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar
falando errado no relacionamento social
·
Dislexia
a) Definição:
vários sintomas que resultam em dificuldades com a linguagem, especialmente com
a leitura. Geralmente há problemas na escrita, na pronúncia e soletração.
Possuem o hemisfério cerebral lateral-direito mais desenvolvida, que
justificaria a grande relação à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica,
visualização em três dimensões, criatividade na solução de problemas e
habilidades intuitivas. A maioria apresenta imaturidade psicomotora.
b) Causas:
Estudos comprovam que há diferenças na anatomia e no funcionamento do cérebro
dos disléxicos.
c) Diagnóstico:
apenas uma avaliação multidisciplinar, formada por psicopedagogo, psicólogo,
neurologista e fonoaudiólogo pode diagnosticar.
d) Tratamento:
não apresenta cura, mas com o apoio especializado pode aprender a ler e
escrever sem problemas. Uso de técnicas que valorizem as inteligências
múltiplas e o aprendizado sistematizado pode auxiliar.
·
Disgrafia
a) Definição:
perturbação na escrita por distúrbios neurológicos possuem dificuldades para
escrever letras e números. Incapacidade de recordar a grafia da letra e por
tentar se lembrar do grafismo.
b) Classificação:
1.
Disgrafia motora (discaligrafia) – dificuldades
na coordenação motora fina.
2.
Disgrafia perceptiva – não consegue fazer
relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons,
palavras e frases.
c) Orientações:
1.
Estimulação lingüística global e um atendimento
individualizado;
2.
Pais e professores devem evitar repreender a criança;
3.
Reforçar o aluno em suas conquistas;
4.
Dar mais ênfase à expressão oral;
5.
Evitar o uso de canetas vermelhas na correção
dos cadernos e provas;
6.
Conscientizar o aluno de seu problema e
ajudá-lo.
·
Disortografia
a) Definição:
confusões de letras, sílabas de palavras e trocas ortográficas conhecidas e já
trabalhadas com o professor.
·
Discalculia
a) Definição:
Capacidade matemática inferior à média esperada para a idade cronológica,
capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
b) Características:
habilidades prejudicadas lingüísticas, perceptuais, de atenção e matemáticas.
·
Linguagem
tatibitate
a) Definição:
distúrbio de articulação e também de fonação em que conserva voluntariamente a
linguagem infantil. Ocorre quando a fala da criança é reforçada ou também com a
chegada de um novo irmãozinho.
·
Discalculia
a) Definição:
ressonância nasal maior ou menor que o normal no ato de falar. Pode ser causada
por problemas nas vias nasais, na adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
É comumente chamado de “fanho”.
·
Gagueira
ou tartamudez
a) Definição:
distúrbio de ritmo ou disfluência e pode ocorrer por volta dos três e quatro
anos, aos sete anos e com retorno na puberdade. É um distúrbio do ritmo normal
da fala, envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons,
sílabas ou frases. Acompanha tensão muscular, piscar de olhos, irregularidades
respiratórias e caretas.
b) Causas:
anomalia de causas múltiplas.
1.
Orgânica: causa genética; mais freqüente entre
canhotos; associada a nascimentos múltiplos (gêmeos) e à prematuridade;
perturbações no aparelho fonador.
2.
Neurológica: Traumas de nascimento; infecções
por encefalite, meningite e epilepsias.
3.
Glandular: Aumento ou diminuição da função das
glândulas sexuais e da supra-renal.
4.
Funcionais: perda de um ente querido, acidente
ou repreensão severa sobre a pessoa, forte pressão social, nível de aspiração
dos pais.
·
Mudez ou
mutismo
a) Definição:
incapacidade de articular palavras, decorrente de transtornos do SNC, atingindo
a formulação e a coordenação de idéias e impedindo a transmissão em forma de
comunicação verbal. Pode decorrer de problemas de audição, crianças com
problemas físicos (lábio leporino, etc) ou psicológica e emocional,
caracterizada pela negação em falar em determinadas situações ou pessoas.
DISTÚRBIO
DE COMPORTAMENTO
1.
O que é comportamento?
·
Conjunto de reações
possíveis de serem observadas e que seguem uma referência no meio social.
2.
O que é distúrbio do comportamento?
·
Atitudes do sujeito que fogem ao padrão comum,
que o diferenciam, que desviam-se da normalidade ou a esta opõem.
·
Entre eles: fobia escolar, agressividade, medo,
timidez, agitação, inquietude e instabilidade e Transtorno do Déficit de
Atenção com Hiperatividade (TDAH).
·
Fobia
escolar
a)
Definição: incapacidade total ou parcial de
freqüentar a escola, ocorre com crianças independente de níveis sociais, de
graus de escolaridade e níveis de inteligência. Existe tanto pelo medo de ir à
escola, como de ser abandonada.
b)
Sintomas: Ansiedade, pânico, náuseas, vômitos,
diarréia, dores de cabeça e de barriga, falta de apetite, palidez, febre.
c)
Tratamento: Acompanhamento do professor e
orientação psicológica à criança, aos pais e a escola.
·
Agressividade:
a)
Definição: ataque
físico ou verbal de um sujeito
em relação a uma ou mais pessoas, geralmente quando esta se sente contrariada em seus desejos ou
necessidades, o sujeito impõe pela força o que quer. A resposta agressiva
é uma dificuldade do sujeito de aceitar a frustração e a perda, ou de afirmar-se e exibir-se
perante os outros.
b)
Causas: rejeição dos pais; excessiva tolerância
à agressividade; falta de supervisão dos pais e responsáveis; desvios sociais
dos pais e parentes; discórdias em família; ameaça e uso de punições físicas
“dolorosas”.
·
Medo:
a)
Biológico: natural e necessário à sobrevivência.
b)
Psicológico: Crianças pequenas têm medo de
locais não conhecidos, pessoas não familiares, situações novas, sensação de
abandono, tensão familiar, fantasias infantis. Quando mais velhas têm medo de
situações de fracasso, humilhação, perda de prestígio, morte e doenças.
c)
Condicionado: aprendido socialmente (ex. medo de
barata).
d)
Ansiedade e fobia: é o tipo que paralisa a
pessoa e impede de relacionar-se com outras pessoas, sair de casa, ficar
sozinho, etc. Pode levar á prejuízos na formação da personalidade, à ansiedade,
insegurança, sendo necessário um tratamento psicológico.
e)
Causas: Falta de segurança e falta de amor e
proteção.
·
Timidez:
a) Definição:
desconforto e a inibição em situações de interação
pessoal que interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais
de quem a sofre. Caracterizam-se pela obsessiva
preocupação com as atitudes, as reações e os pensamentos dos outros.
b) Causas:
funciona como regulador social, inibidor de excessos e também como mecanismo de
defesa para avaliar novas situações e adequar-se a elas.
c) Timidez
situacional: manifesta-se em ocasiões específicas, portanto o prejuízo é
localizado.
d) Timidez
crônica: manifesta-se em todas as formas de convívio social. Pode levar à fobia
social e à Síndrome do Pânico.
·
Transtorno
de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
a) Definição: conjunto de
condutas que tem como sintoma primordial a atividade
motora excessiva e o déficit de atenção,
inquietude e impulsividade.
Diagnóstico: Para se diagnosticar
um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em
questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos
sintomas de hiperatividade; além
disso, os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.
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